Faz bem uns 20 anos que esta ativista, Arísia Barros, levantou as questões sobre  práticas discursivas que segregam as profissionais  mulheres, na Secretaria de Estado da Educação:

- Por que nos  rotulam como ‘professor’, se somos quase 90% de mulheres na educação?

Falávamos sobre a  reprodução naturalizada da  violência da dominação patriarcal, na linguagem cotidiana.

Mas, entretanto, contudo, entretanto, todavia as argumentações eram lidas como teorias risíveis, despertando  pouco interesse, tendo como  desculpa  a linguagem hegemônica.

De tanto querer saber,  nosso Estudo de Caso , do curso de Especialização teve como tema:  O Discurso Sexista na Linguagem  das Professoras da SEE/AL?

O qual  foi bombardeado pela Banca.- vale lembrar

E, o tempo ou, as convenções da sociedade patriarcal fundamentaram  as  normas gramaticais, reafirmando as representações  e os valores patriarcais.

Veja, temos o dia do médico, secretário, prefeito, professor, enfermeiro, delegado e etc. e tal. 

A reprodução da cultura machista, né, não e está tudo bem?

Êpa, pera aí, em tempos de lutas emancipatórias,  Ana Luiza Nogueira, Doutoranda e Mestra na UFAL, escritora, feminista e Delegada da Polícia Civil de Alagoas, decidiu que não estava nada bem,  e partiu, em busca de uma  politica de solução.

-Precisamos  romper com  décadas de silêncio imposto pela estrutura patriarcal, em relação a linguagem sexista,, e como, as mulheres são descritas.  E isso precisa começar pela mudança no distintivo. Se somos mulheres  profissionais devemos ser nomeadas  como DELEGADAS e não no masculino. - argumentou Ana Luiza,  junto a quem é de direito.

E foram meses de negociação, mas, consciente da necessidade de romper com estereótipos que falam sobre relações de poder ,pendendo só para um lado do discurso: dos homens,  Ana Luiza não arredou pé e  promoveu a ruptura, com décadas de  indiferenças estruturais, a profissional  conseguiu, desnormalizar  e destigmatizar  o discurso androcêntrico 

Agora as mulheres  da Policia Civil  tem bem escrito em seus distintivos, a profissão de DELEGADAS.

DE-LE-GA-DAS.

Entende?

Isso é luta feminista de extrema importância.

Valeu, DelegadA, Ana Luiza!